Fotos: Adilson Psiu |
Centenas de manifestantes participaram de um ato contra a UHE Itaocara I na tarde desta terça-feira, dia 17. A manifestação pacífica foi organizada pelos moradores que serão diretamente afetados pela construção da UHE Itaocara, principalmente os que residem em Porto Marinho, e contou com o forte apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), da Colônia de Pescadores de São Fidélis e de outras associações e movimentos.
Segundo organizadores, a manifestação chegou a reunir cerca de 300 manifestantes durante o auge. O grupo se concentrou por volta das 14h no Porto das Barcas, em Aperibé, e seguiu em direção à Itaocara, onde percorreram algumas ruas do Centro antes de continuarem a passeata rumo à sede do Consórcio UHE Itaocara I, no bairro Jardim da Aldeia.
https://youtu.be/lLKvHO4KIjo
Por conta da manifestação, a Ponte Ary Parreiras, única ligação das cidades de Itaocara e Aperibé, foi interditada em ambos sentidos, o que gerou um congestionamento, principalmente em Itaocara sentido Aperibé. Já no Centro da cidade, setores ROMU e Alfa, além do Comando da Guarda Civil Municipal de Itaocara tentavam controlar o trânsito, que ficou caótico por conta do congestionamento na São José e das interdições na Avenida Presidente Sodré e as Ruas Marechal Floriano Peixoto e Coronel Pita de Castro, justamente as mais movimentadas de Itaocara.
A Guarda Civil Municipal, juntamente com a Polícia Militar, deu total suporte ao ato, garantindo o direito da população se manifestar de forma pacífica e ordeira.
Durante a passeata, os manifestantes fizeram uma parada em frente a
Prefeitura Municipal de Itaocara, e queriam conversar com o Prefeito,
mas eles não tiveram êxito pois o Gelsimar estava viajando.
Os manifestantes carregavam faixas com
dizeres de que não eram contra o progresso, mas que irão lutar pelos
seus direitos. Um pouco mais radical, Davi é totalmente contra a
construção da UHE Itaocara. Ele conta que deseja transformar Porto
Marinho em patrimônio cultural, em virtude da história e lendas daquela
localidade.
Já o Presidente da Colônia de Pescadores de São Fidélis, Sirley
Ornelas, os pescadores serão extremamente prejudicados. Segundo Sirley, o
consórcio quer indenizar os pescadores apenas um ano após do início de
operação da Hidrelétrica de Itaocara I, entretanto, os pescadores já
serão afetados bem antes do que isso, desde o começo das obras.
Após horas de passeata, o grupo de manifestantes se concentrou em
frente a sede da UHE e integrantes discursaram contra a UHE Itaocara.
Eles cobravam respostas dos representantes do Consórcio. Os agricultores
disseram que as terras de Porto Marinho precisam ser valorizadas. "É de
lá que se produz o que é consumido na cidade. Energia é bom sim, mas
não enche barriga", disse um produtor rural que será atingido.
"Casa de Saúde não atende pobre e o
Hospital não consegue atender a demanda. Temos um Prefeito mole em
Itaocara, com uma Prefeitura falida e não tenho medo em falar isso. Não
há como comportar mais pessoas em Itaocara" - desabafou Eliane de Paula
(foto ao lado/abaixo), que também terá sua propriedade inundada pela
barragem.
Por Seylor Ornellas/Folha Itaocarense/Reportagem Adilson Psiu
A pauta com as reivindicações propostas pelos manifestantes foi
assinada pelos representantes do Consórcio, que disseram que estão
sempre abertos ao diálogo.
Por Seylor Ornellas/Folha Itaocarense/Reportagem Adilson Psiu
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