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PM é expulsa da corporação após omitir ser parente de dois chefões do tráfico


Fu e Claudinho são cunhados da policial expulsa 
lA Polícia Militar publicou, no boletim reservado do dia 23 de janeiro, a exclusão de seus quadros da soldado Fernanda Rodrigues de Barros, até então lotada no 18º BPM (Jacarepaguá). A policial é acusada pela corporação de ter omitido, ao ingressar na PM, a informação de que é parente de dois importantes traficantes de drogas do Rio de Janeiro. A soldado já havia entrado com uma ação na Justiça solicitando tutela antecipada — quando tenta-se prevenir o efeito de uma sentença condenatória — antes mesmo do término do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), mas perdeu em primeira instância.
Fernanda foi aprovada no concurso para a PM em 2010 e, na etapa de pesquisa social, informou ter apenas três irmãs. Posteriormente, contudo, descobriu-se que, além delas, a policial tinha também três meia-irmãs: uma casada com Cláudio José de Souza Fontarigo, conhecido como Claudinho da Mineira; e outra esposa de Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira. Os dois traficantes encontram-se foragidos e estão entre os principais nomes da maior facção criminosa do Rio. Há ainda um sobrinho da soldado com mandado de prisão expedido por roubo e uma sobrinha que, segundo o texto de conclusão do PAD, namora Luiz Fernando Nascimento Pereira, o Nando Bacalhau, integrante da mesma facção — ambos os sobrinhos são filhos de Ricardo e sua meia-irmã.

Nando Bacalhau (à esquerda) e um comparsa, quando de sua prisão em São Paulo Foto: Bruno Gonzalez
 
 No boletim, assinado pelo coronel Alberto Pinheiro Neto, comandante-geral da corporação, destaca-se que o advogado de Fernanda chegou a afirmar como estratégia de defesa que “cunhado não é parente”. De acordo com o documento, embora tenha alegado, num primeiro momento, que não via as duas irmãs e seus cônjuges há mais de dez anos, Fernanda acabou confrontada, ao longo do processo, com fotos recentes em que aparecia ao lado das parentes, tiradas no aniversário da neta de uma delas.
Cláudio e Ricardo são oriundos da mesma comunidade, a Mineira, no Catumbi, na região central do Rio, para onde chegaram a retornar logo após escaparem da prisão. Depois de um período cumprindo pena em um presídio federal, os dois obtiveram, no fim de 2011, a progressão para o regime semi-aberto. Em agosto de 2013, após receberem um benefício de visita à família, deixaram a cadeia para não mais voltar. Na ocasião, os criminosos chegaram a ser filmados com as respectivas esposas, irmãs da PM, circulando por um shopping de Porto Velho, capital de Rondônia.
Informações da polícia apontam que, atualmente, Ricardo estaria refugiado no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte. O conjunto de favelas já foi comandado por seu genro, Nando Bacalhau, preso em São Paulo um ano antes de o sogro escapar da prisão. Cláudio, por sua vez, passou ao menos uma temporada no Complexo do Lins, também na Zona Norte, onde há uma Unidade de Polícia Pacificadora desde dezembro de 2013. Os Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 5 mil pela recaptura de Fu ou Claudinho da Mineira.

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