Acusados de trabalho escravo são condenados
Isaías Fernandes
Suspeitos foram presos em 2014 e condenados este ano
Após denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o Juízo da 1ª Vara
Federal de Campos (RJ) condenou os donos do Sítio Angelim, no município
de São Fidélis, à prisão por manter quatro pessoas sob condições de
trabalho análogas à escravidão, por mais de 12 anos. Paulo Cezar Azevedo
Girão foi condenado a 10 anos e 6 meses, enquanto seu filho, Marcelo
Conceição Azevedo Girão, deverá cumprir pena de 7 anos e 6 meses. Já o
capataz Roberto Melo de Araújo foi condenado a 7 anos de reclusão.
De
acordo com a denúncia do MPF em Campos, o pai foi o responsável pela
contratação das vítimas, com a promessa de salário mensal. O filho teve a
função de auxiliar o pai na administração do sítio e atuava diretamente
na exploração do trabalho escravo. O capataz do sítio seria o
responsável por manter os trabalhadores sob controle, com ameaças e
agressões físicas, caso tentassem fugir. Durante os 12 anos que o crime
foi praticado, as vítimas recebiam alimentação inadequada, dormiam em um
quarto trancado e eram obrigadas a viver em condições subumanas.
Os
réus também foram condenados ao pagamento de multas. Paulo Cezar Girão a
multa de 16 salários mínimos, Marcelo Girão a multa de 9 salários
mínimos e Roberto Araújo a multa de 8 salários mínimos.
"A
condenação criminal obtida consiste em um passo importante no
enfrentamento aos crimes que atentam contra a dignidade e os direitos
humanos, notadamente na região norte fluminense do Rio de Janeiro, área
mais propícia ao desenvolvimento de trabalhos ligados à lavoura
canavieira e que apresenta os maiores índices de trabalho escravo no
Estado", disse o procurador da República Bruno de Almeida Ferraz,
responsável pelo processo.
fonte do Diário de Campos
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