, , Sem Comentários
 Pezão inaugura projeto do Rio Rural para minimizar danos da seca.
 
Júlia Maria de Assis
Fotos: Genilson Pessanha
Folha da Manhã
 
 
A estiagem que castiga o solo danifica as lavouras, sacrifica o gado e seca canais que serviam, há até pouco tempo, também para a pesca, já causou ao Estado do Rio um prejuízo de R$ 100 milhões, afetando 13 mil agricultores, especialmente no Norte e Noroeste Fluminense. Sem previsão de chuvas, inclusive para fevereiro, o governo estadual recorreu ao Banco Mundial e conseguiu R$ 30 milhões para ajudar a minimizar a situação crítica da atividade agropecuária. A esse valor juntou mais R$ 23 milhões e criou um plano emergencial para enfrentamento dos efeitos da estiagem, um conjunto de práticas ambientais, produtivas e de infraestrutura para mitigação, adaptação e prevenção através do programa Rio Rural, ligado à secretaria municipal de Agricultura. Ontem de manhã, o programa foi lançado oficialmente pelo governador Luiz Fernando Pezão no assentamento Ponte de Tábua, a quatro quilômetos de It alva, no Noroeste Fluminense. Ao lado do secretário de Agricultura, Christino Áureo, e do diretor do Banco Mundial, o alemão Gregor Wolf, Pezão inaugurou um poço artesiano e festejou a água que vai alimentar o gado e irrigar as lavouras.

Sob forte calor, centenas de políticos e técnicos da Emater, Pesagro e Rio Rural acompanharam a chegada do maquinário e as informações sobre como os produtores serão ajudados emergencialmente a partir de agora. “Quando estive aqui de outra vez, não consegui pousar o helicóptero, porque a enchente do verão tinha alagado tudo. Hoje o cenário é outro. Mas vamos vencer o desafio”, afirmou Pezão, prestigiado por prefeitos da região.

Nesta quarta-feira (28) Pezão vai a Brasília pedir apoio à presidente Dilma Rousseff. Com ele estará o governador mineiro Fernando Pimentel.

Mais de duas mil cabeças de gado morreram

A seca na região dura um ano, se considerar que o verão de 2014 foi de pouca chuva. O efeito foi devastador na já esperada estiagem de inverno, porque sem reversa de água no lençol freático o problema agravou. As chuvas de verão de 2015, que representariam um alívio ao setor, não vieram. E a previsão é de que fevereiro mantenha o quadro de seca. O resultado até agora é que duas mil mais das mais de dois milhões de cabeça de gado morreram de fome e sede. Os canais secaram e o pasto também. Nem a cana, normalmente mais resistente à estiagem, está servindo para alimentar o gado, que está magro. O gado de corte caiu de preço e a produção de leite reduziu mais de 25%. Nas lavouras, as perdas, só nos hortigranjeiros, passam dos 5%.

Produtores reclamam que a ajuda chegou tarde, mas estão confiantes.

“É a maior estiagem que já enfrentamos”

Em Italva o governador Pezão anunciou que está em contato com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para conseguir a prorrogação dos prazos de quitação dos financiamentos feitos pelos produtores. “É um caso compreensível. Essa é a maior estiagem que já enfrentamos. Temos que unir esforços. Temos esses R$ 53 milhões e todo um planejamento técnico para atuar no campo, mas precisamos também procurar colaborar para que os produtores não tenham ainda mais prejuízos”, disse o governador.

O programa emergencial vai criar estruturas e captação, armazenamento e distribuição de água, garantir alimentação durante a seca, recuperar pastagens degradadas e restabelecer o equilíbrio por meio de manejo agro ecológico.

0 comentários:

Postar um comentário