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Beltrame foi avisado sobre afastamento de coronel que fez apologia à violência antes de nomeá-lo para sua escolta pessoal 

 

O então tenente-coronel Fábio Almeida de Souza, hoje coronel após promoção por merecimento
O ex-comandante da Polícia Militar do Rio, coronel José Luis Castro Menezes, afirmou, em entrevista à revista “Veja”, que comunicou pessoalmente ao secretário de Segurança José Mariano Beltrame os motivos que o levaram a afastar do cargo o tenente-coronel Fábio Almeida de Souza, então comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Em conversas que fazem parte de uma investigação interna da corporação, Fábio aparece postando mensagens em que incita a violência contra manifestantes e faz comentários de teor nazista. Ao deixar o posto, no dia 24 de março de 2014, o oficial assumiu a chefia da escolta pessoal de Beltrame.
“Quando tomei conhecimento do fato determinei a abertura de um procedimento apuratório e a substituição do coronel Fábio no Bope. Depois, estive pessoalmente na sala do secretário de Segurança e informei o que tinha ocorrido. Ele só me pediu que o transferisse para a Secretaria de Segurança”, contou o coronel Luis Castro à “Veja”.

O secretário de Segurança José Mariano Beltrame

Atualmente à frente do Batalhão de Choque, para onde retornou em novembro, o coronel Fábio Almeida de Souza também comandou a unidade durante os protestos de 2013. Nas mesmas conversas via WhatsApp, ele defendeu o uso de violência contra os manifestantes. Numa das mensagens, de acordo com reportagem publicada na edição desta semana da “Veja”, quando um major sugere o uso de uma técnica de imobilização com um bastão chamado tonfa, Souza é radical: “Tonfa é o c...! 7,62 (calibre de fuzil) mata eles tudo (sic)”. Depois, ele acrescenta: “Porrada, paulada, tonfada, fuzilzada, mãozada...”
Essas mensagens são de 1º de janeiro do ano passado. Seis dias depois, o oficial se exibe no grupo e diz ter sido ele que atingiu um manifestante no último protesto: “Na última manifestação que fui dei de AM640 inferno azul nas costas de um black bobo no máximo 30 metros!!! Que orgulho!!!”.
Os diálogos são da época em que o coronel Fábio estava no comando do Bope. No grupo, o oficial usava o seu telefone funcional. Em agosto de 2013, ele acabou afastado do Choque. Em seu lugar, assumiu o tenente-coronel Marcio Oliveira Rocha. As mensagens trocadas pelos policiais pelo WhatsApp foram anexadas ao Inquérito Policial Militar que apura o episódio no qual 14 tiros foram disparados contra o prédio de Rocha, em janeiro do ano passado. Pouco mais de duas semanas antes, um despacho de macumba havia sido deixado na porta do gabinete do tenente-coronel.

fonte do extra

MP vai apurar se comandante do Choque cometeu crime de incitação ao nazismo

 


O procurador de Justiça Marcio Mothé, coordenador de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual, vai solicitar à Central de Inquéritos do órgão que investigue se o coronel Fábio Souza de Almeida, comandante do Batalhão de Choque, e outros policiais - entre eles oficiais - cometeram o crime de incitação ao nazismo. Em conversas num grupo do WhatsApp, os agentes fazem referências e mostram simpatia ao regime autoritário alemão. Nas mensagens, eles defendem a “caça” aos chamados peito de ladrilho - policiais que não possuem cursos especiais e classificam-se como uma “raça pura e sem defeitos”.
- É lamentável, em pleno século 21, se deparar com tamanha violação ao estado democrático de direito. É preciso impor limites à PM - comentou Mothé.
Ex-presidente da Federação Israelita do Rio e ex-vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil, Osias Wurman, diz que independente de quem seja, alguém que pregue o nazismo está cometendo um crime:
- As referências ao nazismo destoam de toda a comunidade do Rio e do Brasil. Venha de quem vier a declaração, práticas, exemplos, símbolos, referências, tudo isso é crime federal, inafiançável e imprescritível.
Nas conversas, o coronel Fábio ainda defende o uso da violência contra manifestantes, durante os protestos no Rio, além de ironizar e criticar a gestão do coronel Márcio Rocha, que o sucedeu após sua primeira passagem pelo Choque, em agosto de 2013. Os diálogos foram anexados ao Inquérito Policial Militar que investiga um atentado no qual 14 tiros foram disparados contra o prédio de Rocha, em janeiro de 2014, cinco meses após ele ter assumido a unidade. Os diálogos que estão no inquérito ocorreram entre dezembro de 2013 e janeiro do ano seguinte.


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