Queda na arrecadação dos municípios inibe reajustes
Campos: Em assembleia os servidores municipais abriram mão do reajuste em troca da implantação do Plano de Cargos
A queda da arrecadação nos municípios da zona produtora de
petróleo de Bacia de Campos está afetando as negociações salariais dos
servidores municipais. A data base da maior parte dos sindicatos é o mês
de maio e as negociações já consumadas refletem uma realidade distante
dos anos anteriores, quando as arrecadações permitiam reajustes mais
generosos.
Na cidade de de Campos, os servidores encaminharam
uma pauta reivindicando 18% de reajuste, mas diante da arrecadação do
município em baixa, a categoria trocou o aumento pelo compromisso de
implantação do Plano de Cargos e Salários a partir do segundo semestre,
retroativo ao mês de maio. "A negociação foi definida durante visita do
secretário de governo, Anthony Garotinho, a sede do sindicato", disse o
tesoureiro do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais
de Campos (Siprosep), Fábio Almeida.
Em São João da Barra, o
prefeito José Amaro de Souza Neco concedeu reajuste de 6,41%, aprovado
ontem pela Câmara de Vereadores. Este reajuste, até momento é o maior
entre os demais municípios. "São João da Barra conseguiu trabalhar em
cima desta margem, porque tinha um saldo de caixa residual de R$ 80
milhões, uma realidade diferente dos demais municípios", destaca o
economista Ranulfo Vidigal.
Em Quissamã o prefeito Octávio
Carneiro (PP) ainda estuda o percentual de reajuste. O município é um
dos mais impactados pela queda de receita. Há um esforço da equipe
técnica do governo para repor o índice inflacionário.
Em Macaé, o
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindservi) iniciou ontem a
campanha salarial 2015. Em Assembleia Geral realizada na sede do
sindicato, a categoria definiu brigar por um reajuste de 12%, mas a
prefeitura ainda não definiu um índice. De acordo com o prefeito Dr.
Aluízio, a equipe técnica da prefeitura está avaliando as projeções de
arrecadação para os próximos meses.
Cidades perdem fluxo de renda
A
queda na arrecadação de royalties do petróleo retrai a principal fonte
de investimentos das prefeituras, mas também provoca um efeito cascata
sobre outras fontes de arrecadação. As cidades perdem fluxo de renda. A
circulação de dinheiro em baixa, significa menos arrecadação de ISS,
atrasos no pagamento de IPTU e queda nos repasses de ICMS. Essas
receitas, que são arrecadações próprias, financiam a folha de pagamento
dos servidores. Royalties, por lei, não podem ser utilizados na folha.
Diante
da arrecadação em queda livre, a concessão de aumentos mais elevados do
que a capacidade de pagamento dos municípios pode levar os prefeitos a
desrespeitarem a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que implica em crime
de improbidade administrativa.
fonte: O Diario de Campos
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