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NÓS, OS DOENTES
                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*
        Hoje, dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, se comemora também o Dia Mundial do Enfermo, porque, em Lourdes, na França, milhares de enfermos de todos os países e continentes ali vão para pedir a cura e a consolação, pela intercessão de Nossa Senhora, que a muitos tem curado e a todos consolado. Muitos milagres de cura ali acontecem. Mas os maiores milagres em Lourdes são as conversões dos milhares de pecadores. 
        Jesus, durante a sua vida pública, curou alguns, mas não curou todos os doentes do seu tempo. Porque para alguns Deus quer que se salvem e façam o bem com a saúde; outros, com a sua doença. A doença pode ser uma graça de Deus. O mais importante é a cura da alma.

Em sua mensagem para o XXIII Dia Mundial do Doente, neste ano, o Papa Francisco se dirige a todos os que carregam o peso da doença e aos profissionais e voluntários da saúde.
        “
O tema deste ano convida-nos a meditar uma frase do livro de Jó: ‘Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo’ (29, 15). Gostaria de o fazer na perspectiva da ‘sapientia cordis’, da sabedoria do coração”.

       “Sabedoria do coração é servir o irmão. No discurso de Jó que contém as palavras ‘eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo’, evidencia-se a dimensão de serviço aos necessitados por parte deste homem justo... Também hoje quantos cristãos dão testemunho – não com as palavras, mas com a sua vida radicada numa fé genuína – de ser ‘os olhos do cego’ e ‘os pés para o coxo’! Pessoas que permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! Em tais momentos, pode-se contar de modo particular com a proximidade do Senhor, sendo também de especial apoio à missão da Igreja”.
        “Sabedoria do coração é estar com o irmão. O tempo gasto junto do doente é um tempo santo. É louvor a Deus, que nos configura à imagem do seu Filho, que ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão’
(Mt 20, 28). Foi o próprio Jesus que o disse: ‘Eu estou no meio de vós como aquele que serve’ (Lc 22, 27)”.

        “Sabedoria do coração é sair de si ao encontro do irmão. Às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro”.
        “Mesmo quando a doença, a solidão e a incapacidade levam a melhor sobre a nossa vida de doação, a experiência do sofrimento pode tornar-se lugar privilegiado da transmissão da graça e fonte para adquirir e fortalecer a sapientia cordis”. 

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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