, , Sem Comentários
Espiritualidade e Sustentabilidade: as orações pedindo chuvas

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)

Neste ano a situação em grande parte do país e especialmente no Norte fluminense a falta de água tem sido dramática, levando a muitas comunidades a rezarem insistentemente pelas chuvas. Esta prática expressa primeiramente a confiança e a fé, no Deus Pai e Providente que governa a  criação para o bem de todas as criaturas.
 A oração como encontro que visa a comunhão com Deus é intensamente transformadora, tornando-se uma experiência de conversão e de aceitação de um novo olhar e novas práticas de vida. Neste caso da oração de petição pelas chuvas, quem a realiza descobre a visão amorosa do Pai, a respeito da criação. Se abre para a perspectiva de cuidado e compaixão para com todas as criaturas e da responsabilidade para com a vida do planeta.
A pessoa orante entra em profunda comunicação com a teia da vida, percebendo as conexões e o ambiente sagrado que permeia toda a natureza.É capaz de vislumbrar a água, como nossa irmã, como um dom venerável de Deus, que é preciso guardar e administrar com justiça, e sempre em harmonia com o bem comum.
O olhar contemplativo permite superar a razão instrumental e gananciosa que manipula a terra como se fosse apenas mercadoria, destinada a produzir lucros, sem importar-se com a bio-diversidade e a interdependência que abraça a todas as criaturas. A oração sempre será para os cristãos o grito do Espírito Santo que nos faz ver e sentir o sofrimento e os gemidos da humanidade e da própria terra em sua caminhada pela total manifestação do plano de Deus.
A falta de chuvas éum sinal que por um lado exige de nós novas atitudes que se traduzam em uma economia sóbria e generosa da água que dispomos para que todos possam também usufrui-la, mas também reclama uma cidadania planetária que regule com justiça o uso das águas, como bem público e direito de todos os seres viventes.
Que o Senhor da Vida, da ternura e da misericórdia nos mande  chuvas, e que saibamos como jardineiros da terra e guardiães da criação recebê-las com gratidão e cuidado responsável. Deus seja louvado!

 FONTE: Ricardo Gomes

0 comentários:

Postar um comentário