Primeiro vereador que nunca recebeu salário na história de Aperibé
Para quem não conhece essa história vale apena ler
Para quem não conhece essa história vale apena ler
Oreste
Gonçalves Gouveia
Oreste nasceu no dia 06/07/1910, na pequena
localidade de Pito Aceso. Filho de Amoisés Ângelo Gouveia e de Maria José
Gonçalves Correia, sendo estes e seus avós
os primeiros moradores do Pito Aceso.
Todos
trabalhavam na lavoura. Contribuíram com a construção da capela de Santo
Antônio, que na época era cuidada pela família Gouveia. Sua tia Antônia Gouveia
tinha um amor muito grande por esta capela. Por este motivo, em vida ele fez um
pedido que, quando morresse teria que ser enterrado no cemitério do Pito, e
enquanto não viu seu túmulo pronto, não
deu sossego para sua família. Amor à terra, dedicação e desprendimento pessoal
em favor da coletividade.
Oreste
Gouveia, casou-se com Dona Eulália Dias Gouveia, também filha de uma
tradicional família da Pito Aceso. Foi pai de 5 filhas: Amélia, Maria José,
Clarice, Maria das Graças e Denise.
Desempenhou
o seu papel de pai com muito amor e carinho, soube dar uma boa educação e boa
conduta para todas. Teve uma grande frustração
na vida, ter uma das filhas, Maria das Graças, vitimada a andar numa
cadeira de rodas devido a paralisia
infantil.
Oreste
conquistou muitos amigos em Aperibé e nas localidades vizinhas. Era o homem
procurado por todos nos momentos de dificuldades.
Ainda
moço, foi nomeado para ser fiscal do 5º distrito de Santo Antônio de Pádua que
atualmente é a cidade de Aperibé.
Nesta
profissão, trabalhou por longos anos e com muito amor por Aperibé. Se
preocupava com as ruas limpas e bem capinadas, também o cemitério teria que ser bem zelado e
tudo o mais que seus olhos pudessem ver e sentir que deveria ser feito em
benefício da coletividade.
Vindo
a residir em Aperibé, passou a freqüentar a Igreja de São Sebastião. Foi um
católico fervoroso, ajudava o padre a celebrar as missas, dava extrema unção
para as pessoas que agonizavam, fazia batizados em caso de necessidade, porque
na cidade não havia padre. Gostava também de pregar o evangelho para o grande
público em dias festivos, como no mês de Maria, de São Sebastião e outros.
Cuidava da capela do padroeiro como se fosse sua casa.
De
tão popular que era, um belo dia resolveu
entrar para a vida política, lançando candidatura para vereador, do qual exerceu por
três mandatos consecutivos pela prefeitura de Santo Antônio de Pádua. Logo no
primeiro mandato foi tão bem votado que chegou a ser Presidente da Câmara. Lá
ele lutou muito pelo povo, numa época de poucos recursos e muitos problemas a
serem resolvidos.
Criou
a 1ª Sub-Prefeitura de Aperibé. Indicou
para trabalhar nesta casa os seguintes funcionários:
Dinéia Cortat, Nazir e Ronaldo Pontes.
Com a sub-prefeitura funcionando, as pessoas não precisavam de ir à Pádua para pagar seus impostos ou resolver pequenas situações de pendência com a prefeitura.
Dinéia Cortat, Nazir e Ronaldo Pontes.
Com a sub-prefeitura funcionando, as pessoas não precisavam de ir à Pádua para pagar seus impostos ou resolver pequenas situações de pendência com a prefeitura.
Trouxe
também a 1ª água encanada de Aperibé, juntamente com o Sr. Benigno Bairral
(Beniguinho), para a criação do Colégio Cenecista de Aperibé, (antigo Colégio
Oliveiros) que na época passou a funcionar no Grupo Escolar Lourença Guimarães
até o prédio atual ficar pronto.
Na
ocasião vieram alguns alunos daqui que estudavam em Itaocara fazer o antigo
ginásio (1º ao 4º ano ginasial). Foi a maior felicidade para o vereador Oreste
Gouveia. Isto foi um grande marco para a juventude de Aperibé, já que muitos
não tinham recursos para estudar em outras cidades. Alguns terminavam aqui o
Ensino Fundamental e iam fazer o 2º grau em outras cidades, principalmente
Itaocara.
Oreste,
ajudava também ao escrivão de Aperibé a fazer casamentos nos fins de semana em
locais mais distantes. Conseguia um
cavalo emprestado, pegava o livro no cartório e ia às residências das noivas
realizar o grande acontecimento.
Nesse
vai e vem de vida política, Oreste Gouveia, nunca usou o poder para fins
lucrativos e sim para o bem da comunidade. Aliás, a arte de fazer a política,
agir pelo bem do povo era sua bandeira.
No
início dos anos 1980, ficou doente de câncer. Com poucos recursos, mas muito
carinho da família ainda resistiu por alguns anos, vindo a falecer no dia 19 de
outubro de 1985, deixando seu nome para sempre lembrado em uma de nossas ruas.
Autor:
Marcelo da Cunha Hungria (Texto que fará parte do Livro Histórias de Aperibé)
fonte: Marcelo Hungria
Conheci Orestes Gouveia.... era um lutador, idealista.... Ele foi companheiro de Fidélis Telles Rodrigues, o Fidelinho "70" e de Hélcio Paiva Bairral, quando o 5º distrito contou com CINCO vereadores eleitos.... ele não tinham salários... os dois primeiros, iam de ônibus e as sessões eram de dia por conta da falta de condução.... Com relação ao "colégio", onde fiz o "ginasial" era GINÁSIO DE APERIBÉ, na ocasião de sua criação era CNEG (Campanha Nacional de Educandários Gratúitos), nas salas do antigo Grupo Escolar... depois, passou a ser "cobrada" uma pequena taxa dos alunos, quando virou CNEC (Escolas da Comunidade)... foi um acontecimento muito importante, não só para Aperibé, mas para Funil e Frecheiras.... um grande número de alunos não teriam estudado mais, ficariam, com certeza, somente com o "primário"...
ResponderExcluirEu, tive o prazer de vir nessa vida como neta dele e ser filha de Maria José.
ResponderExcluirEra um homem íntegro que se preocupava com o povo,com a cidade e com a família. Quem dera que todos nossos políticos seguissem o exemplo do meu avozinho.
Lembro que todas minhas férias eu ia pra casa dele e qdo chegávamos ele nos agradava passeando conosco nos circos que sempre eram montados em Aperibé.
Hj, onde quer que ele esteja, se orgulhara dessa linda homenagem que fizeram.
Saudades da família completa!!!!😂😂