Neste dia 02 de julho de 2020, comemoramos este importante acontecimento na formação da nossa cidade, para ser mais exato há 130 anos o povo aperibeense vem lutando para construir nossa querida e amada Aperibé.
O prefeito Vandelar Dias vem neste momento destacar o atual cenário que estamos atravessando, porém não deixa passar em branco esta significativa data, 02 de julho, para o desenvolvimento de Aperibé.
“Aperibé, neste dia 02 de julho de 2020, está completando 130 anos da fundação da vila. Hoje graças a Deus nós nos tornamos uma cidade. Eu me recordo que quando era criança, Aperibé tinha poucas casas. Era em volta da igreja Batista, a estação e a igreja Católica. Agradecemos ao povo do passado por ter dado os primeiros passos para que Aperibé se tornasse no que é hoje”, concluiu o prefeito.
“A fundação da vila, muitos aperibeenses, as vezes, não têm conhecimento da importância dessa data. Tudo começou com a necessidade que Aperibé tinha o direito que cada município tem quando é fundado de criar suas datas comemorativas. Se não me falhe a memória, pela lei cada município pode ter quatro datas comemorativas de feriado municipal. Então na época, o primeiro Prefeito Municipal da Aperibé, Ataíde Faria, junto com sua equipe de Educação e Cultura, eles entenderam que era necessário encontrar na história do município alguns fatos importantes, algumas datas pra serem comemoradas. Então a primeira data é a emancipação política em 10 de abril; a segunda data muito importante é o dia do padroeiro em 20 de janeiro e ainda poderiam ser escolhidas mais duas datas. Então volvendo os arquivos da história do município, 02 de julho, fundação da vila”, recordou.
Ainda continuamos nesta busca de momentos inesquecíveis com o Professor Marcelo Hungria.
“Qual a importância? Hoje elevação de qualquer arraial a categoria de vila não existe mais. Agora, no século XIX, porque isso se deu no dia 02 de julho de 1890, elevar um arraial a categoria de vila significava que aquele lugar já havia passado por um processo de desenvolvimento econômico, já havia um número de pessoas, ou seja, havia ali um fluxo econômico muito importante. Em 02 de julho de 1890, o então Governador do estado do Rio de Janeiro, Dr Francisco Portela, resolve elevar a categoria de vila o antigo arraial de Santo Antônio do Retiro, que antigamente era o Pito Aceso que era a sede, transferir para a Chave do Faria por causa da estrada de ferro”, frisou.
O Professor de História destaca que o “nascimento” de Aperibé foi de uma forma diferente para os padrões normais da época.
“Aperibé não nasceu como tantos outros municípios brasileiros. Quase sempre outros municípios estão atrelados ali a uma igreja, a uma missão religiosa, em especial católica pela nossa formação histórica que é portuguesa e católica. Podemos ver que Santo Antônio de Pádua, no centro tem a matriz. Em Itaocara, a mesma coisa e assim, sucessivamente em quase todos os municípios. O centro de Aperibé no passado e ainda hoje é esse espaço da estação. Então a gente pode dizer que Aperibé nasceu a partir da chegada da estrada de ferro porque antes havia apenas alguns focos isolados de pessoas vivendo. O Pito Aceso que agregava um número maior de pessoas”, lembrou para depois continuar.
Portanto, 10 de agosto de 1883, chegou a estrada de ferro em Aperibé. Foi construída a estação ferroviária. Sete anos mais tarde, em 1890, devido ao desenvolvimento que a estrada de ferro trouxe, é elevada à categoria de vila. No ano seguinte, em 1891, foi nomeada como 5º distrito de Santo Antônio de Pádua. Portanto, 02 de julho de 1890, cento e trinta anos que nós estamos comemorando a fundação da vila Aperibé e que a gente deve a chegada da estrada de ferro”, destacou.
Preocupado com a questão de prédios históricos do município que não são tombados, Marcelo Hungria faz um apelo.
Hoje nós temos a Casa da Cultura que foi concluída em 1896, é o único prédio histórico hoje tombado por lei municipal. Então tá na hora de a gente unir forças porque a comunidade tem condição. Infelizmente por uma questão de cultura nossa população, as vezes, desconhece a importância histórica desses prédios, do pertencimento. Então, se a comunidade toda se reúne impede que esses processos aconteçam, é importante para todos nós. É uma briga difícil, mas é uma briga necessária pra gente salvar a nossa história”, ponderou.
Marcelo também falou um pouco da emancipação de Aperibé.
“É um assunto bastante extenso. Eu digo que a emancipação não acontece pela vontade de um ou dois. É claro que a gente tem as lideranças. A emancipação aconteceu pela luta de todos, principalmente pelo desenvolvimento do lugar. Então é muito importante que a gente continue se preocupando em preservar a história para que as nossas gerações futuras possam ter conhecimento e possam, inclusive, saber conversar sobre aquele assunto, respeitar. Porque as pessoas, de fato, só vão ter amor, defender a sua terra quando elas têm conhecimento das histórias de suas terras. Nós que estamos aqui hoje, nós somos frutos de uma geração passada que lutou muito pra conseguirmos chegar aonde chegamos hoje. E também hoje nesse tempo de pandemia, não está sendo fácil certamente pra nenhum governo, é preciso que a comunidade tenha conhecimento da sua história, o que está acontecendo, dos seus direitos e deveres como cidadãos também para que eles possam, dessa forma contribuir da melhor maneira possível”, encerrou.
Vale destacar que na Casa da Cultura encontra-se um importante acervo e diversidade da história de Aperibé, assim que as atividades voltar ao normal o espaço estará aberto à visitação. Enfim, são cento e trinta anos de lutas, conquistas, erros e acertos. Aperibé agora segue sua trajetória como a cidade de um povo acolhedor e que busca em tempos de pandemia suas glórias e o desenvolvimento tão almejado.
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